Quem gosta de tv, por motivos muito estranhos, tem uma certa
admiração por seriados médicos. Nos últimos anos, “E.R” e “House” formaram fãs
em todo o mundo e cada um de nós brasileiros, além de técnicos de futebol,
também nos formamos profissionais de saúde e sabendo de tudo que acontece com
nossas (in)sanidades. E o que explicar então, de “Sessão de Terapia”?
A série, originada de Israel, já foi produzida em diversos
países e a versão americana é praticamente um “Cult”, não pela grande
audiência, mas pela trama em si. Tudo isso motivou Selton Mello a um salto na
sua carreira. Agora, atrás das câmeras, conduzindo as vidas de um pequeno grupo
de pacientes (um por dia) na casa-consultório de Theo, bravamente vivido por ZéCarlos
Machado. Um personagem dando os primeiros passos fora da meia idade e cometendo
o erro primário de todo terapeuta (se envolver completamente com seus pacientes).
Os dramas da comedora de homens, Julia (Maria Fernanda Candido), o Policial de
elite, Breno (Sergio Guizé, uma boa e grata surpresa); a adolescente suicida
Nina (Bianca Muller); o conturbado casal Ana e João (Andre Frateschi e Mariana
Lima). Mas a semana fica sempre melhor quando Theo resolve degladiar com sua
supervisora Dora (magistralmente conduzida por Selga Egrei – De “Nosso Lar -
expressões faciais que são de matar de inveja qualquer atriz estreante). Ao
largo de tudo, a família de Theo vive os seus problemas, claro, e para isso não
há rivotril que ajude.
Mas o mais emocionante é perceber que uma série mundial teve
um que de Brasil pelas mãos do Selton. O discípulo mais ardoroso de Tarantino,
colocou sua teoria do “Tarantino’s Mind” para dar seu toque autoral em cada
cena, cada trilha, cada fala e cada quadro, sem ficar com aquela cara mambembe
que volta e meia assombra as produções nacionais. Dá vontade de esperar pelo
dia seguinte e saber o que vai acontecer e mais, saber que o mundo que todos
nós sabemos não ser um mar de rosas, tem suas soluções nas buscas internas que
tanto tememos. Na verdade, uma catarse aos psicólogos e terapeutas reais que enxergam
não apenas o nosso mundo mas o de seus próprios, de uma maneira bem peculiar.
Bem diferente das colunas de auto-ajuda das revistas e jornais. O buraco é
realmente bem mais embaixo do que a Mariposa Apaixonada de Guadalupe quer
resolver. Por isso, esqueçam a filosofia barata da Martha e vejam como o Theo
pode ser tão humano e nos vermos cada vez mais humanos nessa produção nacional
que já tem sua segunda temporada garantida. E mal podemos esperar para voltar
ao sofá e olhar pelos barcos de brinquedo e livros da sala de Theo para nos
espelharmos e reviver nossos dramas, torcendo para que os da ficção tenham
solução (ou não), já que os nossos ficam por conta dos terapeutas da vida
real... Quem disse que não precisamos deles?
1 comment:
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