Sunday, October 05, 2008

Tangos e outras músicas



Bel Góes - Tem pouco tempo ouvi alguns esporros que mexeram comigo, balançaram muito minha estrutura e abalaram minhas mais profundas certezas e convicções.

Nunca fui de dar muita atenção para o que as pessoas pensam ou falam de mim ou comigo. Mas dessa vez calou fundo. A mesma frase veio de um guri de 20 anos e de um homem de 40. Para terminar uma grande amiga me disse que tenho que falar para fora. Isso explica porque ninguém entende o que eu falo, nem mesmo eu.

E aí o que agitou a lama que fica lá no fundo foram duas músicas. Na verdade várias, mas essas duas me fizeram ver o quanto tenho andado inexata, escolhendo caminhos equivocados. A primeira faz com que eu saia dançando, rindo, pulando e que me lembre das aulas de dança que tive no final de um namoro. Coisa maravilhosa que é final de namoro, a gente sempre descobre um milhão de motivos para ser feliz, para sair com os amigos e reclamar da sorte madrasta que fez com que o nosso par perfeito simplesmente fosse embora.

A segunda música sempre foi fonte de preconceito para mim. O mais elegante que conseguia falar sobre o ritmo era música de velho. Mas aí chegou o ano de 2008, um ano que já haviam prometido minha vida iria mudar de uma maneira que não teria mais volta, não teria mais um ponto de retorno... (ei guri, tá vendo, você tinha razão!)

Depois de passar alguns milênios convivendo com as pessoas, mas sem deixar que elas se aproximassem demais, resolvi baixar a guarda. E que maravilha, conheci pessoas lindas, que de outra maneira não entrariam na minha vida. Uma dessas pessoas me apresentou uma nova forma de ouvir, sentir, degustar e principalmente, me ensinou a gostar de tango. Sem nenhum tipo de artifício. Sem mentiras e truques acabei descobrindo o quanto é visceral, assim como eu. Diferente do flamenco, que sempre amei e da dança espanhola, que tentei aprender, o tango acabou me mostrando um lado meu que mantive mascarado por mais de 20 anos. É muito bom, quando meu coração bate no mesmo ritmo da música, quando a boca seca e as pernas simplesmente seguem o ritmo.

Não sou de dar conselhos, mas deixo uma dica para quem quiser seguir: dancem, bailem, coloquem o corpo em movimento. A única coisa que interessa é ser feliz e se os problemas não tiverem solução, nem pensem nele.

Ah! A primeira música é do filme Inside Man. Escutem, vale a pena sair dançando por aí!


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