Wednesday, December 21, 2005

Filme de diretor

Aloisio Santos____________


Há diversos tipos de filme. O de autor. O de ator ou atriz. Aquele que a produtora paga pra que seja daquela forma. Tem o filme de diretor. E como se reconhece um filme de diretor? Podemos ver isso através de jogos de câmeras, enquadramentos, na forma como ele conduz atores e personagens e cria um estilo. Temos exemplos típicos em Fellini, Spielberg, Nelson Pereira dos Santos, Hitchcock. E o novo filme de Peter “Senhor dos Anéis” Jackson também é um exemplo e esse filme é o blockbuster "King Kong".
Peter Jackson ganhou 17 oscars com a trilogia de Frodo, sendo que 11 só no último deles. Ficou à frente de uma equipe por 2 anos apenas nas gravações e teve seu esforço premiado. Afinal ele teve cojones suficiente pra transformar o clássico literário pro cinema e agradar os iniciados no assunto, e principalmente os fãs da obra de Tolkien. Mas acredito que ao fazer Kong, ele queria mostrar ao mundo que não quer ser conhecido apenas pelos hobbits e magos. Que ele pode fazer muito mais e seguiu no que seria seu sonho. Refilmar a saga do gorila gigante. E quem conhece o diretor viu a mão dele em tudo.
Nos atores, ele conseguiu fazer Jack Black não atuar como ele mesmo. Trouxe o filho do Tom Hanks, Colin pra aprender mais um pouco e não se parecer com o pai. Se ele conseguiu, é questão pros próximos filmes do rapaz. Tem Adrian Brody também, mas ele tem cacife pra segurar qualquer peteca indiferente de seus mentores. Até aquele carinha do seriado Early Edition como um canastrão que quer virar Clark Gable apareceu. Ah! Tem também Naomi Watts, a loira do momento. Ela e seus olhos de puppy dog que de tão redondos e verdes parecem retocados em Photoshop. Na pele da mocinha, Jackson conferiu a ela um ar mais independente, mais segura de si, mesmo com os apuros e gritos. Afinal quem passou fome em plena recessão dos anos 30 e sacolejada de um lado pro outro, feito boneca por um mostro de 7 metros precisa ser, no mínimo, segura de si.
Tem também o apuro visual. A Nova Iorque faminta é amplamente explicada e a Ilha da Caverna fez a Ilha Sorna de Jurassic Park, parecer um trem fantasma. É lá onde está o monstrengo, assim como todos os outros animais gigantes e dinossauros (Sim, pois esse filme é baseado na 1ª versão de 1933, por isso esqueça aquele dos anos 70 que só serviu mesmo pra inaugurar as Torres Gêmeas que o Bin Laden pôs abaixo) e toda sorte de nojo que faz lembrar Jackson em sua fase trash, como em Fome Animal. Os dinossauros fazem o pobre macaco sofrer o pão que o diabo amassou só por causa de sua nova Barbie. Mordem, socam, rasgam os útlimos fios de pelo e escambau. Pros humanos que lutam pela sobrevivência sobram os insetos gigantes e uma corrida num desfiladeiro que faria a alegria dos masoquistas de uma Pamplona. Tirando umas quatro vezes onde se nota que a fusão artitas de verdade/ mundo virtual não combinou, tudo é grandioso. Mas o grande do filme mesmo é na volta à cidade grande, onde Jackson fez sua grande homenagem ao primeiro Kong. A luta contra os aviões no Empire State. Não tem como não encher os olhos.
Não há como negar que este King Kong é um excelente filme pipoca. Mas o sofrimento dos personagens no meio do filme bem que poderia durar menos meia hora. Jackson fez o seu dever de casa e ganhou mais alguns milhões de dólares. Mas ele provavelmente terá de fazer filmes com temas sérios (leia-se drama) e tão competentes quanto pra se reafirmar como medalhão. Isso se ele quiser provar que não é apenas o novo Spielberg. Por falar nele, quem não viu ou se esqueceu, confira seu primeiro filme primeiro filme pipoca: Os espíritos de 1997.

Monday, December 19, 2005

Romances idiotas


Bel__________
Como o blog é para falar de filmes, fiquei pensando uma besteira. Já repararam que filmes em que a mocinha precisa vencer barreiras e superar obstáculos para ficar com o mocinho, o par da mocinha é sempre um babaca egocêntrico? Ele pode até não ser um babaca egocêntrico, mais na hora da comparação nunca, de jeito nenhum ele chega perto de todas as qualidades do galã.
Tudo bem que o “herói” do filme tem que ser um cara capaz de fazer a gente suspirar e se apaixonar, mesmo que ele tenha a aparência do Corcunda de Notre Dame. Mas porque diabos a mocinha tem que escolher sempre uma idiota para passar o filme inteiro antes do grã finale?
Em ... E o vento levou, Scarlet ficou o tempo todo correndo atrás de um cara sem o menor carisma, fraco e submisso. A única força do cara era não “dar uns pegas” na coitada da Scarlet. Já no cansativo Casablanca, o marido da mocinha era um mané, que nem se importava com o fato da mulher balançar por outro cara. O galã, que assim como Rhett Buttler, não levou, era tão maravilhoso e heróico e altruísta que até mesmo abriu mão da moça para o mané.
Guerra nas Estrelas? A princesa Léa, com aquele penteado lindo de morrer (ou de matar drag queen de ódio!) correu atrás da malinha do Luke até descobrir que eram irmãos, aí partiu para o tudo de bom do Han Solo.
É impressionante a capacidade dos roteiristas em atormentar a moças indefesas e desesperadas para encontrar o amor. Se elas conhecem o cara no início do filme e depois, seja lá porque motivo, perde o cara, sempre passa pela mão de um mala insensível, egocêntrico, maníaco e egoísta. Que nunca se preocupa com os sentimentos ou necessidades dela e por isso sempre some no final do filme, normalmente sem maiores explicações.
Isso sem contar que todo herói, ou candidato, tem senso de humor (nem sempre agradável). Sabe cantar, dançar, patinar no gelo, fazer origami, cozinha que é uma maravilha, leva café na cama. Enquanto que o coitado do regra três, apenas está ali para servir de passatempo. Nem saber esquentar água o cara consegue.
Que tal um filme em que o adversário do mocinho seja um cara legal, gentil e heróico? Desses que a gente torce para encontrar. A vida é assim, sempre que a gente termina com alguém o próximo é melhor (ou não). Mas nos filmes a coisa já está ficando chata. Os caras só faltam torturar as mocinhas, que suportam anéis de noivado e presentes com cara de quem está indo para o forca. As festas só se tornam coloridas a partir do momento em que o alvo do coração delas chega...
Isso é insurpotável. Se não existe um homem tão lindo e maravilhoso quanto o carinha do final do filme, por quê então elas não esperam sozinhas??????

GUIA PRÁTICO PARA MOÇAS DESCOLADAS


Bel__________
Quantos homens bonitos, inteligentes, ricos, sensíveis, românticos e apaixonados existem no mundo? NENHUM! Quantos homens interessantes e solteiros existem têm a sua volta? VÁRIOS.
Mesmo assim tem muita mulher reclamando que tá faltando homem na praça. Isso é fácil de explicar: não existem mais praças nas grandes cidades. Então temos que tentar lugares “alternativos”: supermercados, lotéricas, filas de banco, academias, elevadores.
Mas antes de partirmos para uma análise mais profunda dos locais propícios, vamos pensar em algumas coisas básicas para não espantar o futuro pai dos seus filhos:

Para conquistar um carinha você precisa:

1. Ser simpática: não precisa dar mole para parede, nem ficar piscando mais que sinal de trânsito, mas seja acessível, não ande por aí de cara amarrada e sobrancelhas franzidas.

2. Se amar: ninguém ama uma mala sem alça que só sabe reclamar da vida, que acha tudo ruim e chato.

3. Se cuidar: não tem necessidade de se mudar para uma academia, mas cuidar da aparência é fundamental, ou vai dizer que você ADORA barba por fazer, unha sem cortar e encardida, cabelos ensebados, roupas amassadas e sujas?

4. Estar sempre arrumada: Suas roupas não tem que ser da última moda, mas tem que ter a sua personalidade refletida. Andar arrumada não significa ser uma perua, mas estar bem.

5. Ter bom humor: uma pessoa que sabe rir dos seus problemas é uma pessoa que todos querem por perto. Dias chuvosos também têm sua graça.

6. Ser autêntica: não adianta nada você dizer que adora ópera, se não consegue diferenciar La Traviata do Barbeiro de Sevilha. O balé Lago dos Cisnes é emocionante mais não é área de proteção ambiental. Seja você mesma SEMPRE. O pior erro é tentar mudar para agradar (ou conquistar) alguém.

7. Ir para a rua: Até existem casos de pessoas que se conheceram dentro de casa. Porém o mais comum é na rua, no show, na lavanderia, na padaria, na fila do banco, no ponto de ônibus, no engarrafamento. Trancada dentro de casa nada vai acontecer.

8. Não ser esnobe: Vocês têm noção de quantos Brad Pitts têm por aí???? Um e apenas um. Então vamos olhar os homens e achar os pontos positivos e que nos atraem.

9. Ser esperta: se estiver interessada em alguém fique quieta. A pior coisa é contar para todo mundo. Alguém pode resolver conquistar o carinha na sua frente. Ou perceber que ele vale a pena e sair para o ataque!


10. Ser fácil: isso não significa que tem que ficar com todo mundo, apenas tem que se mostrar disponível. Olhar para os lados e sorrir.

FILMES RUINS, MAIS QUE SÃO CLÁSSICOS


Bel________
Lendo os comentários do meu colega de blog, pensei na qualidade dos filmes que eu assisto.
O último filme digno de nota que fui ver no cinema foi Batman Begins e isso porque sou batmaníaca.
O resto das coisas que vejo é de dar pena e fazer Jason chorar. Por falar nele... uma vez passei um final de semana de bobeira vendo TODOS os filmes dele, inclusive Fred versus Jason. Não, não era punição por alguma coisa, apenas vontade de ver um filme sem ter que pensar na qualidade técnica, desempenho dos atores etc.
Aliás, eu era especialista em “baseado em fatos reais com julgamento no final”. Isso sim são filmes clássicos, dignos de nota. A gente fica vendo aquilo e pensando como pode acontecer tanta coisa na vida de uma única pessoa!
E os clássicos da madrugada? O monstro do armário. Canibais suburbanas. Invasão. Palhaços assassinos (quem ainda não viu, corra até a locadora!). Morcegos. Ratos (têm vários: Os Ratos, Os Ratos Invadem NY, Ratos Assassinos. Nunca confirmei se são os mesmos, mas devem ser todos no mesmo estilo). Nessa leva então temos todos os tipos de bichos e insetos e coisas desagradáveis devoradores de homens: abelhas assassinas, lesmas sanguinárias, amenas, aranhas, moscas, macacos, vírus microscópicos, é infindável a lista.
Mas meus filmes preferidos são os com mulheres maníacas homicidas. Caramba, elas são sensacionais. Sempre com um olhar perdido no espaço, uma faca na mão e o ar de “bebi demais”. Fico esperando para ver quando é que vão começar a babar. Deixam os homens no chinelo. E as vinganças que elas elaboram? São fenomenais.
Filmes com demônios. Com casas assombradas. Com carros assassinos (outro clássico dos filmes para lá de péssimos, que passam nas magrugadas). A lista de filmes ruins mas que são um clássico, é tão grande, que não dá nem mesmo para lembrar de todos. Pela valorização dos filmes ruins, eles deveriam passar em horários mais acessíveis.
Mas será que eles seriam assim tão bons?!
Gostar da trilogia Poderoso Chefão é mole. Quero ver é assumir que assistiu Os Tomates Assassinos Invadem a França!

Wednesday, December 14, 2005

Eu bem que falei...

Aloísio Santos _______________
Podem dizer que o Globo de Ouro não é lá grandes coisas. “Uma indicação ao Globo de Ouro? Pra mim Grobo de Ouro é aquele pograma que passava na TV nos anos 80...”. Ou então que é uma “prévia do Oscar”, ou “sinônimo mal feito de uma premiação xumbrega hollywoodiana”. Mas quem fala dessa forma talvez não tenha idéia que a premiação do Globo de Ouro é feita por jornalistas de todo o mundo especializados em cinema. Se eles são especializados em cinema isso não é relevante. Afinal, crítico de cinema é feito um bundão. Todos temos ou somos um pouco.

Mas não custa dizer que não avisei. Um dos meus três melhores filmes do ano (junto com “O Senhor das Armas” e “Em busca da terra do Nunca”), “O Jardineiro Fiel” de Fernando “Cidade de Deus” Meirelles, ganhou 3 indicações. Melhor filme, diretor e atriz-coadjvante. É claro que três significa muita coisa, principalmente se considerarmos que seu concorrente direto é um filme sobre um romance cowboy gay do Ang Lee, que ao meu ver só vai levar as indicações pra todo mundo ver que americano também pode dar uma de liberal.

O que importa é que o ótimo filme do Fernando Meirelles, mostra que o dever de casa foi mais que bem feito. Ganhou uma boa nota e uma estrelinha pra passar de ano sem o caos das provas finais. Essa é a primeira incursão no esquemão do cinema de Meirelles. E ele faz questão de frisar que quer fazer um cinema nacional para que todos vejam. Isso quer dizer, com grana e produção de fora, se necessário. Afinal, não dá pra se viver de cinema no Brasil somente da Globo Filmes e suas versões multiplex de seriados e de pequenos núcleos regionais (como a incrível Casa de Cinema de Porto Alegre). Até que se consegue um Kikito aqui, outro prêmio em Lichenstein. Mas brasileiro é como um sofredor de Copa do Mundo. Quer ver ganhar e bonito. E nosso cinema tem capacidade pra isso. É só aparecer um Walter Salles e um Fernando Meirelles pra provar que se Elvis morreu, Glauber Rocha já vai tarde.

“O Jardineiro Fiel” mostra com competência, que a crueldade humana não está apenas na esquina por onde o ônibus 350 passa, ou numa mesquita no Oriente Médio. Está como todos sabemos, na África. O continente esquecido pelos deuses e humanos. Isso todos sabemos também, apenas as dimensões não nos são exatas. E Fernando Meirelles usou a experiência adquirida no “Cidade de Deus” para fazer um filme ao mesmo tempo cru, sem ser de todo poeira. Não é estilização da miséria como diriam alguns. É colocar em imagens o que não gostaríamos de fato ver, mas devemos. É claro que tem uma história de amor de fundo, mas é tão de fundo que uma sinopse seria simplista demais ao dizer que o filme se trata da busca do marido, por respostas à respeito de sua mulher assassinada.

É provável que no final das contas das premiações, vamos nos decepcionar mais uma vez ao ver que esse caneco não veio pro Brasil. Tanto que vejo correndo por fora, o novo do Spielberg – “Munique”, que fala dos atentados durante às Olimpíadas de 72. Mas seria um bom tapa com luva de pelica de Meirelles, ao mostrar que o cinema nacional pode sim ser cosmopolita e deixar esse ranço de que os nossos filmes são como alguns produtos agrícolas de exportação. Melhor produzidos e consumidos aqui. Aproveitem que “Jardineiro Fiel” saiu em DVD e confiram um filme que merecidamente deveria ter mais de 5 milhões de espectadores e feito por um brasileiro.

Friday, December 09, 2005

É Natal (oba!!!)


Bel_______

Todo ano é a mesma história, eu sempre prometo que ‘esse ano não tem Natal’. Que estou cansada demais para enfrentar a maratona de festas, comelança e comemorações.
Infelizmente em 2005 serei obrigada a cumprir uma parte da promessa. Esse ano não tem amigo oculto (ou inimigo, como preferem as pessoas que sempre se dão mal no sorteio), não tem festas com amigos, despedidas e todas essas besteiras.
No meio do ano eu mudei de cidade e deixei uma parte feliz da minha vida para trás. Ainda está sendo muito difícil a readaptação, o convívio com hábitos e manias que sempre abominei e que acabaram me forçando a sair de minha cidade.
Finalmente eu terei um Natal do jeito que eu sempre quis. Família. Sem enfrentar shoppings super lotados, lojas apertadas e cheias de gente. Pessoas mal educadas e crianças berrando. Poderei apenas reunir a família em torno de uma mesa e falar amenidades. Lembrar das histórias sobre essa data e ignorar o tal do Bom Velhinho consumista. E pelo jeito teremos um Natal frio. No mínimo com uma frente fria, chuvas e clima agradável para ficar na cozinha fazendo guloseimas.
Acho que pela primeira vez em anos serei novamente feliz no Natal.
Então...
Bom 2006 para todos.

Homens, quem entende?



Bel______
Já repararam como está na moda definir homens? A nova moda agora é o tal do homem "macho porém sensível". Aí estava eu assistindo uma dessas porcarias que passam, programas que misturam informação, culinária, variedades e afins, quando uma senhora com aparência muito séria entra no ar para explicar os diferentes tipos e classificações, além de exemplificar as mudanças e evoluções que os homens sofreram.
Até aí tudo bem, afinal de contas o que não fazemos para vender mais loção de barba???? Mas os problemas eram os exemplos. Não sei se me lembro bem, mas era mais ou menos isso:
Anos 40
: Homens. Sem frescura. John Wayne
Anos 50
: Preocupados com a evolução rápida do mundo. Ainda eram homens, pensavam mais no sustento da família. Podiam até mesmo demonstrar alguma sensibilidade, mais era sempre casual. James Stewart, Cary Grant.
Até aqui as pessoas usavam "uniformes". As roupas eram sempre muito parecidas. Ligeiramente mono cromáticas.
Anos 60
: Aqui tem dois tipos: O hippie, um homem ao mesmo tempo antenado com as mudanças mundiais e lutando para fazer parte dessas mudanças. Não me lembro qual foi o escolhido para representar essa "era", mas com certeza devia ter cara de sujo e aparência de quem não tomava banho desde o final da década anterior. E o durão com cara de mau e jeito de "vou te encher de porrada". Clint Eastwood representa bem esse tipo.
Anos 70
: Contracultura, rebelde porém limpo. Preocupado com o sustento da família, com a política, com as guerras, tentava se distanciar da figura paterna autoritária. Se não me engano foi o Dustin Hoffman.
Anos 80
: Um homem bem vestido e muito preocupado com a aparência. Tinha dois pensamentos fixos: Dinheiro e mais dinheiro. Gostava de coisas caras e se preocupava em parecer sempre bem. Robert Redford.
Anos 90
: Bom pai, bom marido, bom filho, bom funcionário, bom cidadão. Uma mala sem alça. Mas sensível e querendo agradar a qualquer custo. Mickey Rourke.
Anos 2000
: Começa a confusão, então vamos reduzir:
Começamos com o Metrosexual, homens muito preocupados com a aparência física. Que freqüentam salão de beleza, fazem depilação, usam cremes com as mais diferentes finalidades. No campo sentimental está muito preocupado em entender as mulheres. (Beckham)
E o tal do über. Se cuida, malha, entende de moda. Mas deixa claro que é homem e que gosta de mulher. George Clooney. Esse mesmo que, de acordo com as revistas de fofocas, tem uma agenda preta capaz de fazer a festa de qualquer adolescente. Que promove festas de arromba, que já acusado de acabar com mais de um casamento e que todas as esposas de Hollywood odeiam. Um cara que acredita que enquanto houver mulheres "fáceis" ele não vai precisar casar! Ou seja, um galinha!
Sou careta, prefiro um homem que seja HOMEM

Fim de Ano


Bel ___________
Fim de ano!
Festa.
Amigo oculto.
O presente do primo mala.
Champanhe.
Balanço e promessas.
Doces.
Cartões para os amigos.
Listas e mais listas de fim de ano. Uma correria louca e ninguém simplesmente se lembra de parar um minuto e respirar. Olhar para o lado e desejar, do fundo do coração, que o próximo ano realmente seja melhor.
E fico me perguntando para quê correr tanto? Para quê tanta pressa? As pessoas correm de um lado para outro e depois reclamam que o ano passou voando. Que as horas escorrem. Que estão ficando mais velhas. Que não tem tempo para nada.
Algumas ainda olham para o passado e dizem que eram mais felizes, que tinham mais tempo.
Mas os anos ainda têm 12 meses. Os meses ainda têm em média 30 dias. Os dias ainda são medidos em horas. As horas são fracionadas em minutos. Talvez o problema comece quando queremos entender os milésimos de segundo. Mas sem aproveitar cada um deles.
Diz um antigo ditado que a pressa é inimiga de perfeição. Mas nós humanos, não somos perfeitos, então começamos a ter pressa, desembestamos a correr de um lado para o outro. As cidades se tornaram maiores, mais complexas. Os compromissos aumentaram e a vida deixou de ser simples.
Mal temos tempo de encontrar os amigos. Os mesmos amigos que sempre tiveram tempo para ouvir nossas lamentações por um amor perdido, para um chopp, para um programa de índio.
Qual foi a última vez que você olhou para um pôr-do-sol? Que parou para pensar? Leu um livro pelo simples prazer?
Qual foi a última vez que você VIVEU?

Tuesday, December 06, 2005

Acho que estou velho...


Aloisio________
Pegar o metrô num Domingo é algo engraçado. Estava na direção contrária aos que voltavam da praia para o subúrbio, pois acabava de sair de um churrasco. Mas antes, uma pessoa me mostrava uma pequena casa uma quatro quadras adiante:
- Tá vendo aquela casa ali embaixo? Foi lá onde acontceu a parada...
Ele se referia à tragedia do ônibus 350, a do incêndio. Agora se pensarmos bem, a próxima tragédia deve ser no ônibus 700. É só seguir essa razão... Primeiro foi o 175 e agora o 350. O próximo será o 700 provavelmente. E fiquei me indagando sobre a psique humana. Sobre o que se passa na cabeça de uma garota de 13 anos, que simplesmente vê o desespero das pessoas lá dentro e contribui para que isso aumente ainda mais, deixando-os morrer lá dentro e vai dormir em casa, como se nada tivesse acontecido.
Mas voltando ao metrô, notei que estava cheio demais para a hora e direção que seguia. Na maioria jovens. Os mais velhos tinham uns 25 anos no máximo e iam para alguma celebração. Lembrei-me que a Praça da Apoteose receberia o Pearl Jam, após uma espera dos fãs deste grupo grunge de 15 anos. E isso me despertou outra curiosidade. Como pode um garoto de no máximo 25 anos esperar 15 por um grupo de rock? Ele ouvia Pearl Jam aos 10? Sabia o que isso significava pra vida dele? Acho que não. Pelo menos tomando-se por exemplo, o meu caso.
Estava no meu 2° período da faculdade. E uma amiga de Niterói, queixava-se de não conseguir mais encontrar o álbum de estréia ("Ten") do grupo em lugar nenhum. Ofereci-me a comprar aqui em Copacabana se ela deixasse que eu fizesse uma cópia em K7 (Ainda se fazia cópias em fitas em 1992). E ao escutar todas as faixas senti uma grande porrada no peito pela fúria do som. Não que a mente ou sua psique fosse perturbada o suficiente pra determinar o nível da pancadaria sonora. Era garra mesmo. Gostei do que ouvi. Mas lembro também que o estilo musical não me atraía totalmente. Tinha simpatia pelo Soundgarden que era bem parecido com o Black Sabbath. Não gostava da prepotência do Nirvana e achava que o Alice in Chains seria passageiro, como realmente o foi. Como todo o grunge em si. Afinal eram grupos que só falavam de neuroses, chateações e males da mente humana. Sem contar aquelas camisas xadrez por cima. Isso eu já fazia 6 anos atrás quando era headbanger (ops! metaleiro). E eram muito depressivos. Talvez seja pelo efeito de estarem em Seattle, uma cidade que chove o tempo todo, sei lá. E eram talvez o primeiro estilo musical a ganhar destaque no mundo graças à MTV (dispensando o new-wave dos 80, já que a emissora estava nos seus primeiros anos e muitos produtores ainda não viam com olhos alegres o uso do vídeoclipe como forma de divulgação. Basta notar que o 1° clipe a ser exibido tinha uma música com o nome "Video killed the radio star"). Sendo assim, nenhuma forma ou sub-divisão do rock seria de se levar a sério. Mas com o Pearl Jam era diferente. Eles tinham aquele toque de rebeldia que vai além dos distúrbios da mente. Eles mostravam elos entre causa e conseqüência destes distúrbios num mundo que se globalizava e se engolia a cada minuto. Eram politizados enfim, sem serem chatos.
Não fui ao show por vários motivos. Simpatizava-me pelo grupo, mas não o suficiente pra gastar R$120 com eles. Se fossem em 1992, até faria um esforço. Devo estar velho demais pra isso. Ainda espero um dia ver o Pink Floyd tocando pra mais de 100.000 pessoas. Ou então estivesse perturbado ainda com a idéia de que a molecada que se junta em mais de 40.000, pode ser a mesma que não deixa você sair do ônibus e pratica um ato terrorista. Para isso não precisa se juntar, basta ter a mente insana daqueles que sempre reclamavam que ela não batia bem. Que o digam o Kurt Cobain e o vocalista do Alice in Chains, que acabaram com o sofrimento tirando suas próprias vidas. De qualquer forma, volto pra casa olhando aquela muvuca descer na estação da Praça Onze com um leve ar nostálgico de quem já praticou esse ritual dezenas de vezes. Seja qual for o estilo é bem melhor deixá-los praticar essa forma de expressão. Vão voltar para suas casas são e salvos e de alma lavada por um momento verem seus ídolos. Mesmo que não tenham a total idéia do que representam ou representaram historicamente. Querem apenas não ser mentalmente perturbados.