Monday, December 19, 2005

Romances idiotas


Bel__________
Como o blog é para falar de filmes, fiquei pensando uma besteira. Já repararam que filmes em que a mocinha precisa vencer barreiras e superar obstáculos para ficar com o mocinho, o par da mocinha é sempre um babaca egocêntrico? Ele pode até não ser um babaca egocêntrico, mais na hora da comparação nunca, de jeito nenhum ele chega perto de todas as qualidades do galã.
Tudo bem que o “herói” do filme tem que ser um cara capaz de fazer a gente suspirar e se apaixonar, mesmo que ele tenha a aparência do Corcunda de Notre Dame. Mas porque diabos a mocinha tem que escolher sempre uma idiota para passar o filme inteiro antes do grã finale?
Em ... E o vento levou, Scarlet ficou o tempo todo correndo atrás de um cara sem o menor carisma, fraco e submisso. A única força do cara era não “dar uns pegas” na coitada da Scarlet. Já no cansativo Casablanca, o marido da mocinha era um mané, que nem se importava com o fato da mulher balançar por outro cara. O galã, que assim como Rhett Buttler, não levou, era tão maravilhoso e heróico e altruísta que até mesmo abriu mão da moça para o mané.
Guerra nas Estrelas? A princesa Léa, com aquele penteado lindo de morrer (ou de matar drag queen de ódio!) correu atrás da malinha do Luke até descobrir que eram irmãos, aí partiu para o tudo de bom do Han Solo.
É impressionante a capacidade dos roteiristas em atormentar a moças indefesas e desesperadas para encontrar o amor. Se elas conhecem o cara no início do filme e depois, seja lá porque motivo, perde o cara, sempre passa pela mão de um mala insensível, egocêntrico, maníaco e egoísta. Que nunca se preocupa com os sentimentos ou necessidades dela e por isso sempre some no final do filme, normalmente sem maiores explicações.
Isso sem contar que todo herói, ou candidato, tem senso de humor (nem sempre agradável). Sabe cantar, dançar, patinar no gelo, fazer origami, cozinha que é uma maravilha, leva café na cama. Enquanto que o coitado do regra três, apenas está ali para servir de passatempo. Nem saber esquentar água o cara consegue.
Que tal um filme em que o adversário do mocinho seja um cara legal, gentil e heróico? Desses que a gente torce para encontrar. A vida é assim, sempre que a gente termina com alguém o próximo é melhor (ou não). Mas nos filmes a coisa já está ficando chata. Os caras só faltam torturar as mocinhas, que suportam anéis de noivado e presentes com cara de quem está indo para o forca. As festas só se tornam coloridas a partir do momento em que o alvo do coração delas chega...
Isso é insurpotável. Se não existe um homem tão lindo e maravilhoso quanto o carinha do final do filme, por quê então elas não esperam sozinhas??????

1 comment:

Roneyb said...

Bem, o cinema estadunidense é bem maniqueista, né? Se bobear tá lá no manual do Sid Field: Mocinho perfeito no final, enrole com um panaca egocêntrico vestido de preto ou cores mortas. ;)

Faltou um bom exemplo: Da Magia à Sedução, onde o sujeito do miolo do filme é praticamente um demônio e totalmente morto.

Mas deve haver algum filme onde o adversário do mocinho... Opa! Opa! Como se chama aquele onde o Hugh Grant e o coisinha disputam o amor da... Aha! Renée Zellweger (obrigado IMDB)!

No Diário de Bridget Jones os dois mocinhos são igualmente... bem, os dois são idiotas, mas são bem equivalentes, né? ;)